O Futuro é Agora. Nós o Construímos com Dados, Pesquisa e Propriedade

Há mais de 20 anos, nossa jornada começou com uma convicção: o futuro não é uma tendência passageira, mas uma construção baseada em evidências. Por isso, nunca fomos apenas mais uma voz na "maré da IA". Nosso trabalho sempre esteve e continua no mundo da qualidade da informação, da pesquisa e do poder dos dados.

Essa profundidade e visão nos dão a autoridade para ir além, atuando em projetos que realmente transformam. É por isso que temos a honra de ser um Participante do Pacto Global da ONU e um Partner Advantage Google for Education. Essas parcerias são a prova de que nosso compromisso com a excelência, a ética e a inovação não é uma promessa, mas uma prática diária.

Com essa base sólida, temos a expertise e a propriedade para atuar de forma estratégica com governos, indústrias e inovadores, capacitando-os a tomar decisões que moldam o amanhã. Porque, para nós, o futuro não é algo que se espera; é algo que se constrói, com a certeza de que as evidências de hoje já apontavam para o que viria.

Um Programa Estratégico para o Desenvolvimento e a Resiliência Municipal

O setor público contemporâneo enfrenta uma série de desafios complexos, que vão desde restrições fiscais e crises ambientais até a crescente demanda dos cidadãos por serviços de alta qualidade. Neste contexto, a inovação deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade imperativa para aprimorar o desempenho governamental e entregar excelência com os recursos existentes. A inovação na gestão pública municipal é fundamental para modernizar os serviços oferecidos à população, aumentar a eficiência e promover soluções mais ágeis, acessíveis e centradas no cidadão. Ela transcende a mera implementação de tecnologias, abrangendo uma transformação organizacional impulsionada pela liderança, capacitação e uma mudança de mentalidade.

A cultura de inovação, conforme descrito, envolve a transformação da cultura organizacional, a redução da burocracia e a utilização estratégica da tecnologia para colocar o cidadão no centro das políticas públicas. Governos em todo o mundo têm apoiado ativamente os esforços de inovação para aprimorar as capacidades dos serviços públicos e facilitar a transição para uma governança digital.

A natureza inerente da administração pública, caracterizada por estruturas hierárquicas, aversão ao risco e processos burocráticos, pode dificultar a experimentação e a inovação. Contudo, é precisamente por causa desses obstáculos que as iniciativas de inovação, quando bem-sucedidas, geram um impacto ainda mais significativo. O programa "Praça da Inovação" deve ser concebido como uma força catalisadora dentro da estrutura municipal, criando um ambiente seguro para a experimentação e para o aprendizado com falhas, elementos essenciais para o avanço inovador. Ao prover um espaço dedicado e metodologias específicas, o programa pode neutralizar as barreiras sistêmicas, permitindo o desenvolvimento de novas práticas que, eventualmente, se disseminarão por toda a administração municipal.

Programa Praça da Inovação

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O programa "Praça da Inovação" surge como um catalisador para a transformação municipal, visando fomentar um ecossistema dinâmico onde novas ideias, processos e soluções possam emergir e prosperar. Seu propósito central é impulsionar a inovação, ao mesmo tempo em que respeita e valoriza profundamente os pontos fortes e as vocações singulares de cada município participante. A visão do programa é capacitar os municípios a enfrentar seus desafios urbanos específicos – como mobilidade urbana, desenvolvimento social, segurança pública e meio ambiente – por meio de soluções criativas e tecnológicas. O objetivo final é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e promover um desenvolvimento local sustentável.

A inovação, em sua essência, é o processo de criar e implementar novos conceitos, ideias, produtos, processos ou modelos de negócios. No contexto do programa, isso significa gerar novos valores a partir da exploração de oportunidades ou da resolução de problemas sociais complexos, resultando em impacto positivo.

A ênfase em "respeitar os pontos fortes do município" na concepção do programa implica a necessidade de um modelo altamente descentralizado e adaptável, em vez de uma abordagem padronizada. Isso exige uma fase de diagnóstico inicial robusta e uma estrutura flexível que permita intervenções personalizadas. A relevância e a aceitação local das soluções propostas dependem intrinsecamente de uma compreensão aprofundada dos ativos únicos de cada município, como suas vocações econômicas, capital humano e infraestrutura existente. Assim, o diagnóstico não é apenas uma etapa preliminar, mas um princípio fundamental que orienta toda a metodologia do programa, garantindo que as inovações sejam contextualmente pertinentes e duradouras.

Fundamentação Conceitual da Inovação Municipal

Inovação é o processo de criação e implementação de novos conceitos e ideias, que podem se manifestar como produtos, processos ou modelos de negócios. No âmbito do setor público, isso se traduz em mudanças significativas ou pequenas melhorias destinadas a aumentar a eficiência, aprimorar a competitividade e resolver problemas sociais complexos. A inovação gera novas oportunidades e empregos, sendo um pilar fundamental para o progresso tecnológico e social.

Para a administração pública, inovar significa criar novo valor ao explorar oportunidades ou ao solucionar problemas complexos da sociedade, com o objetivo primordial de melhorar a vida das pessoas. É a concretização de algo novo, adaptado a um contexto específico, que gera benefícios para a população e é sustentável nas dimensões econômica, ambiental, social e política. Um projeto de inovação, nesse sentido, é um conjunto de atividades planejadas e gerenciadas para desenvolver e implementar essas novas ideias, produtos, processos ou serviços, visando agregar valor e alcançar resultados positivos.

Ao contrário da inovação no setor privado, que frequentemente é impulsionada pelo lucro , a inovação no setor público é intrinsecamente multidimensional, buscando sustentabilidade social, ambiental e política, além da eficiência econômica. Essa distinção implica que o programa "Praça da Inovação" deve priorizar um conjunto mais amplo de métricas de impacto, que vão além dos retornos financeiros, focando na criação de valor público e no bem-estar do cidadão. A definição de "valor" para o programa, portanto, abrange a melhoria da equidade social, a sustentabilidade ambiental e a legitimidade democrática, influenciando diretamente a concepção de seus objetivos e critérios de sucesso.

A Importância da Cultura de Inovação para a Transformação Municipal

Uma cultura de inovação na gestão pública municipal é um conjunto de valores, comportamentos e práticas que estimulam a criatividade, o aprendizado contínuo e a busca por novas soluções. Essa cultura vai além da implementação isolada de tecnologias, promovendo um ambiente organizacional que incentiva o pensamento crítico, a colaboração entre equipes e a melhoria contínua. Componentes essenciais para essa cultura incluem o comprometimento da liderança, o engajamento dos servidores, o incentivo à experimentação, a formação de parcerias estratégicas e o uso inteligente da tecnologia. No entanto, a implementação dessa cultura pode enfrentar barreiras como a resistência à mudança, a falta de capacitação, a burocracia excessiva e a escassez de recursos. A inovação requer estratégias que garantam a liberdade necessária para a experimentação.

A "Praça da Inovação" pode atuar como um incubador, tanto físico quanto metafórico, para essa cultura desejada. Ela se estabelece como uma "zona segura" onde as barreiras típicas do setor público – como a resistência, a burocracia e a aversão ao risco – podem ser intencionalmente mitigadas. Isso é alcançado por meio de metodologias dedicadas, programas de capacitação específicos e um apoio contínuo da liderança. Ao concentrar recursos, expertise e uma mentalidade operacional diferenciada, a "Praça" pode efetivamente contornar a inércia burocrática mais ampla. Torna-se, assim, um espaço onde a experimentação é encorajada, o treinamento é sistematicamente oferecido e a liderança defende ativamente novas abordagens, cultivando uma microcultura de inovação que, com o tempo, pode permear toda a estrutura municipal. Dessa forma, a "Praça" não é apenas um programa, mas uma ferramenta estratégica de desenvolvimento organizacional.

Diagnóstico e Mapeamento das Vocações Locais

Um passo fundamental para o programa é a análise das vocações locais e do potencial regional em pesquisa científica e tecnológica, alinhados às tendências globais. Essa análise permite identificar setores estratégicos e mapear os atores que podem fortalecer o ecossistema de inovação. As metodologias empregadas incluem a análise de vocações econômicas, potencial científico e tecnológico e tendências, frequentemente utilizando ferramentas como o "Delta Opportunity". Esse processo envolve a pesquisa de aglomerações produtivas (empresas, empregos, índices de especialização), o levantamento de cursos acadêmicos e grupos de pesquisa, e a coleta de informações por meio de entrevistas com líderes locais e empreendedores.

Estudos como o da SUDENE detalham o mapeamento de estruturas produtivas regionais utilizando técnicas estatísticas e de análise espacial para compreender as especificidades regionais. Isso inclui a análise de dados municipais do IBGE, como a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) e a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), e dados de emprego da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para os setores de indústria, comércio e serviços.

Embora as metodologias existentes se concentrem nas vocações econômicas, científicas e tecnológicas , para um programa municipal como a "Praça da Inovação", o diagnóstico deve ser expandido para incluir a identificação de "vocações cívicas" e desafios específicos dos serviços públicos. Isso significa que a avaliação precisa ir além dos dados econômicos e tecnológicos para incorporar informações sobre o engajamento cidadão, o capital social existente e os pontos de dor específicos na prestação de serviços públicos. Essa abordagem mais ampla garante que os esforços de inovação sejam verdadeiramente centrados no cidadão e abordem as necessidades reais da comunidade. A inclusão de pesquisas de satisfação, análise de dados de ouvidoria e consultas públicas pode revelar essas vocações cívicas (como associações comunitárias ativas) e os gargalos na prestação de serviços, assegurando que as inovações propostas sejam relevantes e impactantes para a vida das pessoas.

Abordagens para o Levantamento de Potencialidades Econômicas e Sociais

O estudo das vocações e potencialidades envolve o mapeamento da estrutura produtiva regional por meio de técnicas de análise estatística e espacial, visando uma compreensão aprofundada das especificidades de cada região. Isso abrange a análise de dados sobre produção agrícola, pecuária, indústria, comércio e serviços, preferencialmente em nível municipal quando disponíveis. O processo também deve incluir o mapeamento e a validação dos pontos fortes e dos gargalos do ecossistema de inovação local, além da identificação dos processos de interação entre os diversos atores ao longo da trilha de inovação.

O sucesso da "Praça da Inovação" em alavancar os pontos fortes locais depende não apenas da identificação desses, mas da compreensão de suas interdependências e sinergias. Uma simples listagem de pontos fortes isolados pode deixar de lado oportunidades significativas. Por exemplo, uma forte vocação agrícola combinada com talentos tecnológicos locais pode indicar uma oportunidade para inovações em agritech. O diagnóstico deve, portanto, buscar proativamente essas oportunidades de inovação intersetoriais. Isso exige uma análise mais sofisticada que identifique como diferentes elementos fortes, quando combinados, podem gerar novas e promissoras vias de inovação, maximizando o potencial de desenvolvimento do município.

Estrutura e Ciclo de Vida do Programa "Praça da Inovação"

Um escopo de projeto bem definido é crucial para a inovação, pois evita que as ideias se percam ou que surjam obstáculos imprevistos. Ele auxilia na definição de objetivos claros, na estruturação das etapas e no estabelecimento dos limites da inovação, direcionando os esforços para uma visão sólida do destino final. O programa "Praça da Inovação" deve estabelecer uma direção estratégica inequívoca, garantindo que todas as partes interessadas compreendam seus objetivos e metas. Essa direção estratégica precisa ser suficientemente flexível para não inibir o pensamento inovador. O escopo do projeto corresponde à descrição de todo o trabalho necessário para entregar um produto, serviço ou resultado.

Para um programa de inovação municipal, a direção estratégica deve vincular explicitamente os resultados da inovação a melhorias tangíveis nos serviços públicos e na qualidade de vida dos cidadãos, em vez de focar apenas em avanços tecnológicos abstratos. Isso exige a adoção de uma perspectiva de "valor público" desde o início, que orientará todas as fases subsequentes. A fase de "Direção Estratégica" para a "Praça da Inovação" deve envolver um processo participativo com líderes municipais e cidadãos para definir o que "valor" significa em seu contexto específico. Isso garante que o escopo do programa não se limite ao "que será feito", mas sim aos "problemas públicos que serão resolvidos e como esse impacto será medido para os cidadãos". Essa moldura de "valor público" é fundamental para assegurar o apoio político e o engajamento da população.

Fases de Implementação: Inspiração, Ideação, Prova de Conceito e Piloto

O programa seguirá um ciclo de vida da inovação estruturado, adaptando as sete etapas essenciais :

Inspiração: Esta fase envolve a busca por ideias de diversas fontes, tanto internas (como servidores públicos ) quanto externas (como cidadãos, startups, universidades ). Para isso, são criados mecanismos de comunicação e colaboração eficazes, incluindo programas de incentivo à criatividade, hackathons e brainstormings. Para um programa municipal, a fase de "Inspiração" deve buscar ativamente "problemas latentes" e "necessidades não atendidas" dos cidadãos, e não apenas solicitações explícitas. Isso requer a utilização de pesquisa etnográfica, mapeamento da jornada do cidadão e engajamento proativo que vá além dos canais de feedback tradicionais, transformando os cidadãos de receptores passivos em co-criadores ativos da inovação.

Ideação: A terceira etapa do ciclo de vida da inovação concentra-se em fornecer as ferramentas adequadas para capturar, nutrir e elaborar ideias, cultivando um ambiente que ofereça tempo e espaço para o pensamento criativo. Isso inclui a disponibilização de espaços de trabalho flexíveis e recursos, além de incentivar a colaboração interdepartamental.

Prova de Conceito (PoC): Nesta fase, as ideias são testadas em pequena escala, com o envolvimento das partes interessadas relevantes. É fundamental que se permita o aprendizado com os erros, sem o receio de falhas. Esta etapa é crucial para identificar problemas e ajustar a inovação antes de uma implementação mais ampla.

Piloto: A quinta etapa consiste em coletar e analisar informações obtidas na Prova de Conceito para subsidiar futuras inovações. Isso implica o uso de métricas e análise de dados para avaliar a eficácia e promover a colaboração entre os diversos departamentos.

Implementação em Escala e Produção de Soluçõe

Esta fase é dedicada à ampliação dos projetos-piloto bem-sucedidos. Pode ser necessário transformar as competências e capacidades essenciais do município para acomodar novos produtos ou serviços. As práticas incluem a criação de programas de treinamento e desenvolvimento de habilidades, além de fomentar um ambiente que permita a adaptação contínua às mudanças. O objetivo é traduzir ideias validadas em soluções concretas e sustentáveis, que sejam integradas às operações municipais e gerem benefícios tangíveis para os cidadãos.

A escalada da inovação no setor público é particularmente desafiadora devido à inércia burocrática e aos ciclos de financiamento. Por isso, o programa "Praça da Inovação" deve incorporar um componente robusto de "gestão da mudança" nesta fase. Isso significa focar na institucionalização de novos processos, garantir o compromisso político de longo prazo e desenvolver "campeões" internos que promovam a adoção generalizada e a sustentabilidade das soluções, assegurando que elas perdurem para além do ciclo inicial do projeto.

Medição, Feedback e Melhoria Contínua

A etapa final é fundamental para aprender com as implementações anteriores e otimizar os processos futuros. Ela exige um ambiente que incentive discussões honestas e abertas sobre falhas, sem o temor de repreensões. As práticas incluem a criação de fóruns de discussão, a oferta de treinamentos em comunicação e o fomento de uma cultura que valorize o aprendizado contínuo e a melhoria. O monitoramento e a avaliação regulares do desempenho e da satisfação das partes interessadas também são vitais

Capacitação e Desenvolvimento de Lideranças e Servidores

Um passo fundamental para o sucesso do programa é a capacitação de servidores e líderes, visando promover uma mudança de mentalidade. Isso inclui a oferta de treinamento adequado para que os profissionais se sintam preparados para propor e executar soluções inovadoras. Programas de capacitação podem se beneficiar de modelos já estabelecidos para gestores públicos, como os oferecidos pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), que promove a inovação na gestão pública por meio de cursos e desafios.

Além das habilidades técnicas, a capacitação deve focar em "soft skills" que são cruciais para a inovação no setor público. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades como colaboração, pensamento crítico, empatia (para compreender as necessidades dos cidadãos) e resiliência diante de possíveis falhas. Esse desenvolvimento holístico garante que a inovação se torne uma capacidade intrínseca, e não apenas um conjunto de ferramentas. Ao equipar os servidores não só com o conhecimento técnico, mas também com a mentalidade e as habilidades interpessoais necessárias, o programa constrói uma capacidade interna robusta para a inovação sustentável, permitindo que os indivíduos não apenas utilizem novas ferramentas, mas pensem e ajam de forma inovadora no contexto do serviço público.

Criação e Fortalecimento de Laboratórios e Espaços de Inovação Pública

O programa estabelecerá ou fortalecerá "laboratórios de inovação" (i-labs) dentro dos municípios. Essas estruturas, geralmente ligadas a uma instituição principal, empregam metodologias disruptivas para delinear problemas, gerar ideias, criar protótipos e validar soluções de forma iterativa. Os i-labs são ferramentas eficazes para aumentar a capacidade de inovação no governo, permitindo ajustes nas características da administração pública tradicional que frequentemente atuam como barreiras. Eles proporcionam espaços para experimentação, tentativa e erro, elementos fundamentais para os processos de inovação. Exemplos de espaços de inovação urbana incluem bibliotecas e parques públicos, como em Medellín, e a "Cidade da Inovação" do IFSULDEMINAS, que oferece espaços de coworking e "maker spaces". Além disso, os "hubs" atuam como facilitadores de novos negócios e do desenvolvimento de ecossistemas.

A "Praça da Inovação" pode maximizar seu impacto ao adotar um modelo híbrido, combinando a abordagem estruturada de resolução de problemas dos "i-labs" com a ampla conexão ecossistêmica e o apoio ao empreendedorismo dos "hubs". Essa abordagem permite tanto o desenvolvimento de capacidades internas quanto a colaboração externa. Ao funcionar como um "i-lab" central, a "Praça" pode focar na resolução de problemas internos da administração municipal, como a otimização de processos e o design de serviços digitais. Simultaneamente, ela pode operar como um "hub", conectando-se ativamente com universidades locais, startups e organizações comunitárias, oferecendo espaços de coworking, sediando eventos e facilitando desafios de inovação aberta. Essa dualidade de funções permite que a "Praça" seja tanto um motor de mudança interna quanto um polo de atração para talentos e soluções externas, ampliando significativamente seu alcance e impacto.

5.3. Programas de Mentoria e Aceleração de Projetos Locais

O programa oferecerá serviços especializados de mentoria e consultoria. Os participantes poderão realizar testes de perfil para identificar seu potencial e receber orientação de mentores especializados. Isso inclui acesso a uma rede de relacionamentos, cursos de capacitação e oportunidades em eventos de inovação. Um exemplo é o programa municipal de inovação em Cascavel, que oferece testes de perfil, mentoria especializada, acesso a redes e cursos de capacitação, fomentando o empreendedorismo e a inovação no município.

A mentoria no contexto do setor público deve ir além do conhecimento de negócios para incluir orientação sobre como navegar em processos de licitação pública, marcos legais e cenários políticos. Projetos de inovação no setor público enfrentam complexidades únicas, como a conformidade com as leis de contratação e as dinâmicas políticas que podem afetar a implementação. Portanto, os mentores devem incluir servidores públicos experientes, ex-funcionários e especialistas jurídicos, além de mentores de negócios e tecnologia, para fornecer um suporte holístico que garanta que as soluções inovadoras não sejam apenas tecnicamente sólidas, mas também legalmente viáveis e politicamente exequíveis. Essa abordagem é crucial para a escalabilidade e sustentabilidade dos projetos.

5.4. Desafios de Inovação Aberta para Solução de Problemas Urbanos

O programa estimulará o desenvolvimento de soluções criativas e tecnológicas para desafios urbanos comuns, como mobilidade urbana, desenvolvimento social, segurança pública e meio ambiente. Isso pode ser estruturado como "desafios" ou "hackathons", nos quais as propostas são selecionadas com base em critérios como inovação, impacto social, viabilidade e escalabilidade. Esses eventos proporcionam oportunidades para conectar inovadores, empreendedores e investidores. Exemplos incluem o "Desafio Cidades Inovadoras" de João Pessoa e as chamadas da ENAP para soluções de inteligência artificial.

Embora os desafios de inovação aberta, como hackathons, sejam eficazes para gerar ideias , seu sucesso no setor público depende de uma definição clara dos problemas e de um compromisso firme com a implementação das soluções vencedoras. A "Praça da Inovação" deve garantir que os problemas municipais sejam bem articulados e que haja um caminho claro e recursos alocados para o desenvolvimento de pilotos e a escalada de ideias promissoras. Isso significa ir além da mera ideação para alcançar um impacto tangível e duradouro. O programa precisa estabelecer um "pipeline de implementação" robusto, onde as soluções vencedoras tenham garantia de uma fase piloto com apoio e recursos municipais dedicados, e um processo claro para integrar os pilotos bem-sucedidos aos serviços públicos regulares. Esse compromisso com a execução é o que diferencia um desafio de inovação pública bem-sucedido de uma simples competição de ideias, assegurando um impacto real e evitando o que poderia ser percebido como "teatro da inovação".

6. Parcerias Estratégicas e Construção do Ecossistema de Inovação

6.1. Identificação e Engajamento de Stakeholders Chave (Academia, Setor Privado, Sociedade Civil)

Partes interessadas, ou stakeholders, são indivíduos ou grupos que possuem interesse ou impacto em uma organização ou projeto. Eles podem ser internos (como funcionários, gestores e acionistas) ou externos (como clientes, comunidade, fornecedores, governo e concorrentes). Uma gestão eficaz das partes interessadas resulta em melhor desempenho, relações positivas, reputação aprimorada, maior eficiência, inovação impulsionada e responsabilidade social fortalecida. A construção de um "Mapa de Stakeholders" é uma ferramenta estratégica para identificar e categorizar essas partes.

Para um programa de inovação municipal, os cidadãos não são meramente "clientes", mas partes interessadas cruciais que podem ser fontes de inspiração, co-criadores e avaliadores da inovação. A "Praça da Inovação" deve engajar ativamente os cidadãos em todas as fases, transcendendo a consulta pública tradicional para incluir o design participativo e a coprodução de soluções. Essa abordagem valoriza o conhecimento local e as experiências vividas pelos cidadãos, garantindo que as inovações sejam realmente relevantes e amplamente adotadas. Isso pode envolver iniciativas de ciência cidadã, workshops de co-design e "laboratórios vivos" onde os cidadãos testam e refinam soluções em cenários reais, fomentando um senso de propriedade e aumentando a probabilidade de sucesso das inovações.

A seguir, um mapa de stakeholders proposto para o programa:

Mapa de Stakeholders para a Praça da Inovação

Categoria de Stakeholder

Stakeholder Específico

Interesses/Expectativas

Papel/Contribuição para a Inovação

Estratégias de Engajamento

Internos

Prefeito e Gabinete

Melhoria da gestão, legado político, eficiência pública.

Liderança estratégica, apoio político, alocação de recursos.

Reuniões periódicas, relatórios de progresso, alinhamento de agenda.

Secretários Municipais

Otimização de processos, resolução de problemas setoriais, reconhecimento.

Definição de desafios, implementação de pilotos, disseminação interna.

Workshops de alinhamento, grupos de trabalho intersetoriais.

Servidores Públicos

Melhoria das condições de trabalho, reconhecimento, capacitação, participação.

Geração de ideias, execução de projetos, feedback contínuo.

Canais de feedback, programas de incentivo, capacitação, reconhecimento.

Externos

Cidadãos

Melhoria da qualidade de vida, acesso a serviços, transparência, participação.

Identificação de problemas, co-criação de soluções, feedback sobre serviços.

Consultas públicas, workshops participativos, plataformas digitais de engajamento.

Universidades e Institutos de Pesquisa

Oportunidades de pesquisa, aplicação do conhecimento, desenvolvimento de talentos.

Pesquisa aplicada, mentoria, desenvolvimento de tecnologias, capacitação.

Acordos de cooperação, projetos conjuntos, eventos de inovação.

Startups e Empresas Locais

Oportunidades de negócio, visibilidade, acesso a dados públicos, validação de soluções.

Desenvolvimento de soluções, parcerias público-privadas, geração de empregos.

Desafios de inovação aberta, programas de aceleração, rodadas de investimento.

Organizações da Sociedade Civil (OSCs)

Solução de problemas sociais, impacto comunitário, advocacy.

Identificação de necessidades, mobilização comunitária, validação social.

Parcerias em projetos sociais, fóruns de discussão, cocriação de políticas.

Agências de Fomento e Investidores

Retorno financeiro, impacto social/ambiental, diversificação de portfólio.

Financiamento de projetos, capital semente, investimento em startups.

Apresentações de projetos (pitch), roadshows, eventos de networking.

Mídia e Formadores de Opinião

Notícias relevantes, impacto social, visibilidade.

Divulgação do programa e resultados, amplificação da mensagem.

Assessoria de imprensa, eventos de lançamento, transparência de dados.